Em último volume da série, Tom Ripley é confrontado com seu passado criminoso

Após ter se envolvido em mais uma história sinistra, Tom Ripley volta a passar os dias em sua propriedade francesa cuidando das dálias, praticando cravo e desfrutando da companhia de sua adorável esposa, Heloise. Tudo vai bem, até que os Pritchard, um casal de americanos, se mudam para a vizinhança e, de maneira inexplicável, começam a desenterrar os segredos que Ripley mantém a sete chaves por anos.

David Pritchard demonstra uma curiosidade perturbadora a respeito do passado de Tom e dá sinais de ter iniciado uma investigação sobre o esquema de falsificação de quadros do qual o golpista fez parte. O que poderia parecer apenas um comportamento invasivo ganha contornos de obsessão quando David vigia a casa de Tom e vai atrás dele e de Heloise em uma viagem ao Marrocos.

De volta à Villeperce, David se empenha em uma busca nas águas do rio Loing, em Voisy, à procura de um corpo que Tom preferia que permanecesse desaparecido. Os resultados dessa empreitada levam Ripley a agir, culminando em um desfecho inesperado e eletrizante.

Neste quinto e último volume da série do sociopata mais refinado da literatura, Patricia Highsmith preserva a personalidade ambígua e encantadora de Tom, em uma trama capaz de envolver e aterrorizar até a última página. Ripley debaixo d’água consolida o personagem como um dos mais complexos e bem construídos da ficção, não à toa eternizado na memória dos leitores há tantas décadas.